terça-feira, 15 de abril de 2014

ABDALLA QUER DESCENTRALIZAR GESTÃO DO SÃO PAULO E FESTEJA OPOSIÇÃO FORTE


Candidato da chapa de oposição, o advogado Kalil Rocha Abdalla, 72, foi diretor jurídico do clube nos últimos 12 anos e era aliado do presidente Juvenal Juvêncio. 

Mas rompeu com o cartola em junho do ano passado, quando se uniu-se a Marco Aurélio Cunha, conselheiro do São Paulo e vereador. 

Acusa Juvenal de ser centralizador, o chama de "jardineiro" por se dedicar mais as obras no clube e diz que o futebol foi abandonado. 

Da Folha de São Paulo
 
Folha - Qual é sua chance de ser eleito para a presidência após a eleição do conselho? Kalil Rocha Abdalla - Não tem o que esconder. O lado de lá está em vantagem. Temos 1% ou 2% de chances. Mas estou firme até o dia do pleito. 

O fato de o clube voltar a ter uma oposição é uma vitória?
Vamos ter uma atuação até a próxima eleição, mas eu não serei mais o candidato. Mobilizei quatro dos últimos cinco ex-presidentes, com exceção do José Augusto Bastos Neto. E também dois ex-presidentes do conselho. São pessoas de respaldo e peso. O movimento está consolidado. 

Qual sua avaliação sobre os oito anos da gestão Juvenal?
Eu não tenho nota para a gestão dele. Ele é um belo jardineiro. É isso que você quer que eu diga? Ele montou belos jardins no clube. No futebol, só veio porcaria. Mas ficará marcado na história. Terá um busto em frente ao hotel de Cotia e o hotel vai se chamar Juvenal Juvêncio. Ele tem o dom da oratória. Faz discurso bonito e convence todo mundo. E as pessoas têm temor de falar com ele. 

Como avalia um título [Copa Sul-Americana] nos últimos cinco anos de gestão?
Nem sei nem se dá para contar. Aquele jogo contra o Tigre [no Morumbi] não terminou. [Juvenal] Não explicou a saída de jogadores como [o zagueiro] Lúcio, as trocas de técnico. Não explicou as dispensas de [fisioterapeuta] Luiz Rosan, [fisiologista] Turibio Leite e [preparador físico] Carlinhos Neves, que são ótimos profissionais. 

Quais são suas propostas?
Vou trabalhar de forma descentralizada. Cada diretor cuidará do seu setor. Não posso cuidar do tênis, da piscina, do futebol ao mesmo tempo. Pretendo nomear pessoas de confiança para cada área. 

E para o futebol?
A primeira coisa seria contratar uma auditoria para ter um diagnóstico. O balanço que a diretoria divulgou está errado. Mostra que houve lucro de R$ 23 milhões, mas está errado porque houve R$ 28 milhões antecipados de televisão. Então, houve um deficit de R$ 5 milhões. Preciso saber como foi aproveitado o dinheiro da venda do Lucas. É preciso uma melhoria no futebol, mas aí será responsabilidade do Marco Aurélio Cunha, que nomearei vice-presidente de futebol. 

Quais os planos para Cotia?
Botar ordem na casa. O lugar é um espetáculo. Minha ideia é ter um técnico que tenha sintonia com o Muricy na administração. Para haver um entrosamento e aproveitar os meninos. O aproveitamento hoje é fraco. Sumiram muitos talentos. 

Quais são suas prioridades?
A primeira seria resolver com o poder público o problema de inundação no Morumbi. Tem um córrego que passa pelo Morumbi e que já inundou a piscina diversas vezes. Na parte social o plano é fazer o estacionamento. É o que os associados querem. Faríamos em baixo do campo de futebol da parte social. Teria de 1.700 a 2.000 lugares. 

Como irá se relacionar com as torcidas organizadas?
É uma questão difícil. Eu primeiro conversaria com eles. Se eles se portarem, não tem problema. Caso contrário, não haverá diálogo. Não posso ser contra desde o início. Não sei como é hoje e se há financiamento.

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